Militares de baixa patente tem obtido sucesso em pressionar o legislativo. Sargentos tem enviado vários projetos como indicação legislativa feita por deputados federais com assessoria de advogados escolhidos pelos próprios militares. A intenção é instruir o Ministro José Mucio, escolhido pelo atual presidente para pacificar a relação entre legislativo – executivo e Forças Armadas, para aprovar um projeto que prevê a promoção de cabos e sargentos do Quadro Especial da Marinha. Nos últimos meses outros projetos foram apresentados para corrigir questões relacionadas a carreira também de militares da Força Aérea e do Exército Brasileiro.
Após a saída do último governo, muitos desses militares, que ocupam as graduações mais baixas da Marinha e que em grande maioria ingressaram por concurso público para as escolas de aprendizes marinheiros, ficaram fora dos reajustes feitos sobre os cursos realizados na carreira, concedidos à cúpula pela reestruturação das carreiras ocorrida a partir de 2019, e agora buscam recuperar suas perdas. Nos últimos meses foram apresentadas pelo menos três indicações parlamentares, sendo a mais recente do deputado federal Albuquerque, do Republicanos de Roraima.
A proposta, identificada como INC 773 de 2024, tem como meta criar o Quadro Especial de Graduados da Marinha do Brasil (QEGM), substituindo o antigo Quadro Especial de Sargentos da Marinha (QESM). Atualmente, os graduados da Marinha pertencentes ao QESM destacam-se por serem militares concursados que não ingressaram na força pelo Serviço Militar Obrigatório (SMO).
Com essa proposta o deputado pretende garantir a todos esses militares, incluindo aqueles na reserva remunerada, o direito de ascender até a graduação de suboficial, o mais alto posto na carreira regular permitido para eles. Caso aprovada, a proposta de elaboração de projeto de lei dará para os terceiros – sargentos, graduação ocupada por grande parte dessa categoria, incluindo pensionistas, um acréscimo salarial de em média 2.8 mil reais nos soldos.