O general – deputado Eliezer Girão, reeleito pelo Rio Grande do Norte, ao se manifestar sobre as últimas ações do Supremo Tribunal Federal disse que o órgão não poderia ter tentado influenciar parlamentares a favor de seus interesses e que isso se caracteriza como ilegal intromissão entre os poderes, que segundo a Constituição Federal de 1988 devem ser independentes.
Com suas declarações o oficial acabou colocando o Ministério da Defesa em xeque, na medida em que durante todo o ano de 2019 o órgão, ligado ao Poder Executivo e chefiado por militares, fez um lobby gigantesco com o objetivo de aprovar no Congresso Nacional as propostas de interesse da cúpula armada.
Durante aquele ano a instituição entregou diversas condecorações para parlamentares, escolheu o relator de um projeto de lei, levou deputados para um passeio pela Amazônia e usou inclusive o aparato da inteligência militar para monitorar atores políticos, mídia e militares de baixa graduação que tentavam mudar o texto apresentado pela Defesa.
Utilizando os dados coletados com a arapongagem a Defesa elaborou estratégias no sentido de tornar a opinião pública e dos parlamentares favorável à aprovação do Projeto de Lei 1645 de 2019 nos moldes em que foi apresentado, beneficiando principalmente a cúpula armada.
Em 2019 um advogado apresentou à Câmara dos Deputados denúncia de intromissão ilegal do Executivo (defesa), mas a peça não foi acatada pela mesa diretora.