Com acesso a gabinetes de senadores, deputados e até à vice-presidência da república a já conhecida Ivone Luzardo continua figurando como importante liderança em favor dos militares das Forças Armadas. Recentemente, convidada por políticos para reunião na Secretaria de Governo ocorrida em 2 de julho. A militante, de tão contundente que é – na última hora – foi impedida de entrar pelo próprio General Ramos.
“Aparentemente a coisa já estava desenhada, nada de concreto ocorreu após a reunião e oito meses depois o governo continua sem cumprir a promessa de correção de erros na nova lei de remuneração, se a Ivone tivesse entrado teria exigido um compromisso, números, datas… porque esse general teve tanto medo? Eu sei, foi medo da verdade… Uma mulher, uma representante da família, nessas horas faz falta em meio ao formalismo dos militares… “, diz o 1SGT Silva, da marinha.
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Luzardo na verdade impõe certo medo aos generais, que abominam a mínima possibilidade de que a sociedade e classe política fiquem sabendo das intrigas e disparates que ocorrem dentro das Forças Armadas, onde nem sempre as coisa são muito justas, a começar pelos salários daqueles que ocupam as posições mais baixas da pirâmide hierárquica.
A ativista já milita há bastante tempo contra o arrocho salarial tradicionalmente aplicado nos militares – Só pra lembrar alguns momentos: em 2014 lá estava ela cobrando providências do secretário Ary Matos, que prometera respostas às demandas dos militares.
Muito antes disso, ainda em 2005 já se lia na Folha de São Paulo e Estadão sobre os grandes protestos da UNENFA contra a política revanchista de Lula contra as Forças Armadas. Naquele ano, em pleno dia do Exército, as pressas 70 policiais foram destacados para a frente do palanque para impedir que um grupo de 20 mulheres de camuflado, lideradas por Ivone Luzardo chegasse muito perto do presidente para reclamar do aperto salarial contra os militares. Quem não se lembra do acampamento de esposas de militares em frente ao Itamarati, que durou mais de 2 meses, com o objetivo de arrancar um reajuste digno para a tropa?
” ‘Isso é ditadura da violência, a ditadura da fome’… O protesto, que era para ser silencioso, com a abertura de faixas em frente ao palanque de autoridades, tornou-se mais barulhento com a intervenção de cerca de 70 policiais que formaram uma barreira a 400 metros do palanque e impediram que o grupo de 20 mulheres se aproximasse do presidente Lula. No final da solenidade, a presidente da União de Esposas de Militares das Forças Armadas (Unemfa), Ivone Luzardo, furou o bloqueio e ficou na frente do carro da segurança que acompanha o presidente Lula, chegando a se agarrar no espelho retrovisor, mas não conseguiu falar com o presidente, que saiu em outro carro.” Disse o Estadão, em 20 de abril de 2005.
“Pouca gente sabe, mas em 2004 era o IZALCI LUCAS quem ajudava a conseguir os carros de som… para as manifestações por melhor salário para os militares”, conta Ivone.
Depois disso Luzardo não parou, seu grupo foi um protagonista importante para que Bolsonaro fosse eleito presidente da República em 2018. Hoje é uma das pessoas que abrem portas no legislativo para que as demandas dos militares graduados e oficiais de baixa patente sejam consideradas pelos parlamentares e sabe-se que é uma das poucas lideranças capazes de dar o tom preciso aos atos planejados por pensionistas e militares da reserva para os próximos meses.