Em um mundo cada vez mais conectado com o uso da internet, as forças armadas de diversos países têm buscado adaptar-se às novas realidades das redes sociais. O Exército Brasileiro, em particular, enfrenta um desafio singular: manter sua presença online relevante e apolítica em um contexto de mudanças políticas e sociais aceleradas. O novo comandanet da força terrestre, general de Exército Tomás Miguém Miné foi enfático ao determinar que setores de comunicação social do Exército se esforcem para que o Exército seja visto como uma instituição de estado, apolítica e apartidária.
Perda de Seguidores: Um Sinal de Alerta
Recentemente, após os conhecidos atos do 8 de janeiro de 2023, o Exército Brasileiro experimentou uma significativa perda de seguidores em suas plataformas de mídia social. Conforme relatado em artigo publicado pela Revista Sociedade Militar, houve uma redução de aproximadamente 1,3 milhões de seguidores no Instagram após o apogeu da popularidade da instituição na plataforma[1][3]. Essa enorme diminuição pode ser interpretada como um reflexo da mudança na percepção pública da instituição, especialmente considerando o contexto político brasileiro recente.
Uso Político das Forças Armadas
Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o Exército Brasileiro foi frequentemente acusado de permitir que sua imagem fosse utilizada para fins políticos, muitas pessoas alegam ainda que o Exército teria dado sinais de que poderia de alguma forma tornar a apuração dos votos mais transparente. A associação com o governo Bolsonaro, que teve momentos de alta polarização política, pode ter contribuído para a erosão da imagem apolítica que as forças armadas tradicionalmente buscam manter.
A percepção de parcialidade política é particularmente problemática para uma instituição que se baseia em princípios de neutralidade e serviço à nação como um todo.
Estratégias de Mídia Social e o Descompasso Institucional
O Exército Brasileiro, através de seus diversos comandos e unidades, tem adotado estratégias distintas em relação à gestão de suas redes sociais. Enquanto o Comando do Exército mantém suas redes abertas a comentários do público, o Comando da Amazônia optou por uma postura de censura a comentários em suas plataformas[1]. Essa clera falta de uniformidade na abordagem das redes sociais pode refletir um descompasso interno quanto à melhor forma de engajar o público e gerenciar a imagem da instituição online.
“Caçadores de Like”: O Dilema do Engajamento Online
Um artigo no blog oficial do Exército Brasileiro aborda a questão do engajamento nas redes sociais, questionando o que a instituição busca com seus perfis online[2]. A busca por “likes” e interações pode ser vista como uma estratégia para manter a relevância e a visibilidade em um ambiente digital saturado. No entanto, essa estratégia traz consigo o risco de trivializar a imagem da instituição ou de se desviar de sua missão fundamental de servir e proteger a nação.
Batalha das Redes Sociais e a Reação Pública
Um exemplo interessante: a cooperação militar entre Brasil e Estados Unidos e exercícios realizados entre os dois países recentemente no Norte do Brasil também geraram reações nas redes sociais, colocando o Exército Brasileiro em uma posição delicada[4]. A reação pública a essas ações reflete a sensibilidade do tema da defesa nacional no ambiente online e deixa evidente que a sociedade, antes totalmente confiante nos militares, hoje parece estar preocupada com a forma com que as Forças Armadas conduzem a querstão Defesa Nacional
[1] Sociedade Militar. (2023). “Descompasso: Comando do Exército mantém redes abertas, mas Comando da Amazônia censura comentários de leitores.” [Online]. Available: https://www.sociedademilitar.com.br/2023/12/descompasso-comando-do-exercito-mantem-redes-abertas-mas-comando-da-amazonia-censura-comentarios-de-leitores.html
[2] EBlog do Exército Brasileiro. (n.d.). “Caçadores de Like: O que o Exército busca com seus perfis nas mídias sociais.” [Online]. Available: https://eblog.eb.mil.br/index.php/menu-easyblog/cacadores-de-like-o-que-o-exercito-busca-com-seus-perfis-nas-midias-sociais.html
[3] Sociedade Militar. (2023). “Leve desgaste é compreensível: Exército Brasileiro perde 1,3 milhões de seguidores após apogeu no Instagram, diz texto de coronel.” [Online]. Available: https://www.sociedademilitar.com.br/2023/10/leve-desgaste-e-compreensivel-exercito-brasileiro-perde-1-3-milhoes-de-seguidores-apos-apogeu-no-instagram-diz-texto-de-coronel.html
[4] Sociedade Militar. (2023). “Exército é encurralado na batalha das redes sociais: Reação pública à cooperação militar Brasil-EUA.” [Online]. Available: https://www.sociedademilitar.com.br/2023/10/exercito-e-encurralado-na-batalha-das-redes-sociais-reacao-publica-a-cooperacao-militar-brasil-eua.html