Na medida em que se amplia o uso das redes sociais percebe-se que o aumento das fake news cresce de maneira proporcional. Mas, é bom observar que nem sempre as fake, ou mentiras, partem das redes sociais, de quem está de fora das campanhas. Muitas vezes a coisa é inventada pelos próprios organizadores das campanhas, é bom que o eleitor fique atento. Os chamados currículos “Decotelli” tendem a aparecer mais nos últimos dias de campanha.
No Rio de Janeiro circula vídeo gravado pelo filho do ex-governador preso, Sérgio Cabral, no qual contesta veementemente as afirmações do candidato a prefeito Eduardo Paes, que em entrevista teria deixado claro que não tinha relações de amizade com o ex-governador. O jovem conta detalhes de festas onde os dois mandatários teriam se confraternizado quase como irmãos.
Os militares genéricos
Ainda no Rio de Janeiro, onde a onda Bolsonaro permanece em alta, circula nas redes uma campanha chamada praça vota em praça, que sugere que graduados não votem em oficiais. Com isso, alguns candidatos fazem de tudo para se parecer com militares graduados, conhecidos como praças.
A tentativa de aproximação, de criar algum laço com militarismo é impressionante.
Muitos candidatos que passaram algum tempo nas Forças Armadas e até quem serviu por um ano, mesmo por ter apenas se alistado, se agarram a essa oportunidade e lutam para se apresentar como militar da reserva. Nas redes esses tem sido chamados de militares genéricos, termo que remete a Nelson Jobim, antigo ministro da defesa que gostava de vestir uniformes militares e que era chamado assim pelos militares da época.
Cabe ao eleitorado de cada município, caso tenha interesse em votar nos candidatos que se apresentam como militares federais ou estaduais, verificar a ficha do candidato no TSE, lá consta a profissão que – com base na documentação apresentada – foi inserida no registro no momento em que foi protocolada a candidatura.
A coisa pode parar na justiça
Entre os candidatos militares de verdade as agressões e fake news se concentram mais no passado do que no presente. Como quase todos no passado remoto iniciaram seu projeto político ainda no primeiro governo Lula, que recebeu em peso o voto dos militares graduados, vez por outra surgem fotografias e montagens feitas com material de passado longínquo tentando associar algumas candidaturas ao Partido dos Trabalhadores, haja vista que hoje a relação está invertida. Como a justiça eleitoral tem sido muito rigorosa no que diz respeito ao uso das fake news usadas para destruir reputações, deixando claro que não só partidos ou candidatos podem ser processados, mas também pessoas físicas que distribuírem fakes, há advogados que tirma os chamados “prints” das redes sociais e já preparam denúncias apontando infrações nessa batalha pelo voto, que está só no começo.