É surpreendente o nível a que chegaram as discussões entre militares sobre a polêmica reunião com o PSOL, que deve ocorrer nessa segunda-feira, 25 de abril de 2022.
O que pensam os bolsonaristas
Apoiadores de Bolsonaro acreditam que é uma espécie de replay do que aconteceu em março de 1964, quando graduados da Marinha se reuniram no sindicato dos metalúrgicos por não terem suas solicitações colocadas em discussão pela força naval. Na época os militares se sentiam traídos porque solicitavam coisas simples como direito a estudar, casar e andar a paisana fora dos quartéis. Depois da repressão implementada pelas Forças Armadas muitos dos que compareceram à reunião acabaram sendo cooptados pela esquerda, como o então marinheiro Anselmo.
Alguns bolsonaristas civis em redes sociais chegam a dizer que a reunião sequer existe e que militares não teriam o direito de discutir questões políticas com partidos de oposição.
Outros acreditam que a coisa pode acabar prejudicando o status eleitoral de Bolsonaro no Rio, pois o apoio dos militares seria essencial para emplacar candidatos ligados ao presidente, como Hélio Lopes, Daniel Silveira e – talvez – o general Pazuello.
O que pensam os militares que pretendem comparecer ao evento
Alguns dos militares que se reunirão com a cúpula do PSOL no Rio de Janeiro acreditam que o partido pode ampliar o volume das demandas de parte da categoria. Militares na reserva e pensionistas hoje se sentem desrespeitados no quesito paridade já que o governo impôs recentemente regulamentações que fizeram com que parte da reserva e pensionistas tenham seus salários menores do que aqueles que hoje estão em serviço ativo. Alguns reclamam mencionando que o presidente até hoje não teria recebido uma comissão de sargentos e suboficiais para discutir o assunto.
Um dos militares que deve comparecer à reunião acredita que o PSOL pode levar até o presidente Lula a informação de que nem todos os militares saíram beneficiados com a reestruturação.
O que pensa o Psol
O PSOL tem, desde 2019, apoiado os graduados das FA nos pleitos relacionados as suas perdas com a restruturação. O partido sabe que a categoria, pilar eleitoral de Jair Bolsonaro, congrega pelo menos 280 mil famílias no Rio, sem contar os ex-militares.
O quantitativo de votos estimado circula em torno de 1 milhão de pessoas, entre militares da ativa, reserva, familiares e ex-militares.
Glauber Braga tem declarado que o presidente Bolsonaro traiu os trabalhadores militares de baixa patente e que pretende intensificar suas ações no sentido de corrigir os erros.
Briga nas redes sociais
As acusações e ofensas contra os militares que defendem a reunião são muitas e vão de termos relativamente leves como melancia a ofensas graves como “safados e traidores”.
Nesse sábado um graduado chegou a mandar um oficial tomar no xx depois de uma discussão nas redes onde o oficial declarou discordar da reunião.
POSTAGEM SOBRE O EVENTO COM VÍDEO DE CONVOCAÇÃO GRAVADO PELO DEPUTADO GLAUBER BRAGA