O ministro do Ministério Invisível (vulgarmente chamado de Defesa ‒ aquele que só aparece para nos dar rasteira e depois some!) resolveu testar a quantas anda a sua popularidade de “comandante dos comandantes” das Forças Armadas. Parece que o velho general inebriou-se com suas aparições televisivas cada vez mais recorrentes no ano moribundo, e arriscou dar uma de MC Noel. Mas o retorno de chama deve estar ardendo até agora…
Após um ano da vergonhosa e inédita traição perpetrada pelo Comandante Supremo e seus generais, instrumentalizada pela Lei 13.954/19, lentamente mas de forma inexorável, começou a tomar corpo um contingente virtual composto por veteranos e pensionistas, que bem poderíamos chamar de Armada digital do Veteranistão. Veteranistão, como todos já sabem, e os que não sabem, suspeitam, é o “país” paralelo dentro da família militar, que reúne todos os descontentes, traídos e prejudicados financeira e moralmente pela maldita Lei. Pois bem, se o Veteranistão tem seus honrados soldados, agora pode-se dizer, sem medo de errar, que tem também a sua própria Armada.
A singela mensagem do general Fernando, cuja sensaboria lembra picolé de chuchu depois de uma sopa de isopor, seria a vitrine de exibição de um pavão verde estrelado, mas se converteu rapidamente no decorrer do dia na apoteose da vergonha alheia. Os primeiros comentários foram os babosos profissionais de sempre ‒ suspeitamos que venham em massa do público civil, que não conhece da missa um terço! Mas, de repente, despontando no horizonte da infosfera, os primeiros representantes da Armada digital acorreram, tremulando bem alto as bandeiras da indignação e da verdade. Os primeiros comentários seguem:
“Hipocrisia, fale sobre a lei do mal que os senhores sacrificaram os veteranos e pensionistas certeza terão um gordo natal e enquanto isso.”
“Esse ano de 2020 foi o pior ano para os militares praças das forças armadas, pois fizemos um ano da traição através da lei 13954/19. Fomos extremamente prejudicados pela ação direta do md.”
“Ministro não temos o que comemorar, nem os graduados da reserva nem as pensionistas. Fomos vítimas de mais um descaso do comandante supremo das FA com falta de palavra, isso se encaixa ao md. lei 13.954 lei maldita. Não tenho nenhuma honra em ser representado por vcs.”
Um festival de democracia cibernética, certo!? Errado! Quando chegávamos às 2.000 negativações do vídeo, o Ministério Invisível, órgão público, obrigado a prestar contas ao povo, submisso ao princípio constitucional da Publicidade de seus atos, com o rabo eletrônico entre as pernas, embaraçado e vexado, decidiu bloquear os comentários e, logo depois, coroando essa atitude infantil de protoditador mimado, bloqueou os contadores de avaliação do vídeo (“likes” e “deslikes”)! Enfim, o mesmo modus operandi do PL 1.645. Atitudes obscurantistas, ao arrepio da verdade e da transparência.
Um material institucional, por mais que as “Marias Fofocas” da vida achem que lhes pertença, a partir do momento em que é publicado e se desdobra em fonte de opinião popular, torna-se automaticamente (ainda mais nas “águas” da infosfera) arena de debate, algo que numa democracia sólida e verdadeira seria instituto sagrado. Mas não quando se trata de um tema tabu, qual seja, a traição mais do que documentada e juramentada sofrida pelos veteranos e pensionistas das Forças Armadas Brasileiras pelas mãos justamente daqueles que deveriam ser os primeiros a distribuir justiça e benesses a todos os militares indistintamente, mas que o fizeram da maneira mais torpe e surpreendente possível.
Agora, tornar-se-á impossível a qualquer órgão militar dar um pio sequer sem ser imediata e impiedosamente desmascarado e linchado no mundo virtual. A verdade está sendo dita de cima dos telhados. Não há mais espaço para mentiras nem hipocrisias de ocasião.Onde estiver um traidor, lá estará a Armada digital.
JBReis ‒ Capitão-de-jangada do Veteranistão – Portal Militar
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