Associações e lideranças ligadas aos militares das Forças Armadas estiveram em reunião com o gabinete do líder do governo, major Vitor Hugo. Nas diversas falas proferidas durante a videoconferência, que ocorreu nessa quinta-feira (04/06/2020) destaca-se a de Ivone Luzardo, que questionou os motivos do próprio presidente Jair Bolsonaro não se reunir com graduados para discutir os problemas na reestruturação dos salários. Outra líder de associação, dona Cibele Lima, fez a mesma cobrança.
Nas redes sociais comenta-se que algumas lideranças do governo têm sido mal recebidas em eventos onde se concentram militares da reserva e talvez isso tenha feito soar um alarme sobre as bases de Bolsonaro e sua importância para a conquista de novas cadeiras em assembleias legislativas, câmaras de vereadores etc.
As lideranças de todo o Brasil ressaltaram os prejuízos causados pela nova reestruturação dos salários dos militares.
Esse portal militar conversou com alguns militares sobre isso e a opinião mais corrente é de que os oficiais generais não admitirão que o presidente da república discuta com graduados sobre questões salariais. Os altos comandos, embora não sintam na pele os problemas das categorias mais baixas, sempre se colocaram como os únicos porta vozes das forças armadas no que diz respeito a qualquer problema. Todos os militares lembram das palavras do General Rego Barros, quando este disse que “estamentos muito inferiores” não podem levar até a sociedade os problemas relacionados a remuneração.
Além das demandas de militares R1 na reserva foram levantadas questões relacionadas a pensionistas, sobre problemas na carreira de subtenentes do Exército, preteridos na promoção para oficial, e até sobre militares da reserva não remunerada.
O suboficial Cláudio Cunha mencionou que o governo concedeu para ex-oficiais R2 o direito a identificação militar, mas não estendeu esse direito aos graduados R2, que hoje se sentem discriminados e desprestigiados.
Um dos lideres que palestrou atribuiu à pouca representatividade o fato dos parlamentares não ter atendido às suas demandas. ““fomos desprezados porque não tínhamos representatividade”, disse o Suboficial Luis Selva, ligado à ASMIPIR.
Participaram da reunião várias associações, entre elas ABBMP, ABM, APMB, ASMIPIR e ABRAMEAR. Apesar de não ter-se recebido qualquer oferta ou resposta sobre as demandas apresentadas as associações consideram como um avanço a reunião.