A proposta apresentada pelo governo, batizada estrategicamente de reestruturação da carreiras, foi confusa desde o primeiro dia. Ainda no inicio do processo a coisa “vazou” como um esboço e militares, principalmente do exército, força aparentemente mais influente diante do Presidente da República, reclamaram muito de algumas alterações nas carreiras das praças a ponto do presidente BOLSONARO gravar um vídeo de Washington informando que ela seria modificada.
Feitas as modificações a proposta aos poucos foi conhecida pela tropa que constatou que – apesar de trazer modificações que beneficiam algumas carreiras – o projeto de lei tinha como principal característica atender o topo das carreiras militares, deixando graduações mais baixas e militares na reserva com enormes perdas salariais.
Enquanto os salários de generais de Exército na ativa, reserva e seus pensionistas será elevado até o topo das carreiras de estado, com reajustes na casa de 50%, os salários de alguns sargentos ficarão com reajustes de comente 4%, valor que pode ser corroído pelo aumento nas contribuições para pensões.
O projeto é tão complicado que traz em seu bojo um artigo para atenuar injustiças, ele corrige as perdas de algumas categorias, criando a chamada VPNI. O alerta foi feito por um estudo técnico elaborado pela própria câmara dos deputados, mas aparentemente engavetado pelos parlamentares da base aliada. A Revista Sociedade Militar teve acesso ao documento e o publicou na íntegra.
“A VPNI (EXISTÊNCIA DA VANTAGEM PESSOAL NOMINALMENTE IDENTIFICADA) NO PROJETO INDICA QUE O MESMO SERÁ PREJUDICIAL PARA ALGUMAS CATEGORIAS. “… Sua inclusão no projeto de lei é uma indicação segura de que as alterações que estão sendo propostas não beneficiarão todos os militares, pois a previsão de uma VPNI para compensar decréscimos remuneratórios revela que alguns postos e graduações terão ou poderão ter perdas…”, publicou a Revista Sociedade Militar.
Militares graduados reclamam muito de que – apesar de ser soldados que saem nas fotografias apagando incêndios ou combatendo nas favelas – o projeto cria uma gratificação de representação que só será paga para oficiais generais, na ativa e na reserva.
Relator: Inativos não são alcançados
Em resposta dada a veterano que o questionou nas redes sociais o relator do PL1645 disse que não tem como objetivo se preocupar com o pessoal que já está na reserva. Nas redes os graduados se gabam de estar fazendo frente aos generais de forma completamente lícita, jogando apenas o jogo político e sem o poder de “conceder medalhas e condecorações para parlamentares”.
PSL se esfacelando
Com o PSL rachando ao meio alguns parlamentares já acreditam que se a coisa for para o plenário, configurando uma grande vitória política de graduados sobre generais, parlamentares do ex-partido do presidente – pressionados por suas bases locais – votarão contra o governo. Muitos já arriscam dizer que se a proposta da reestruturação for por água abaixo a coisa pode provocar uma verdadeira avalanche, fazendo com que o SENADO se negue a votar a PEC da previdência em segundo turno, jogando uma verdadeira pá de cal nas pretensões de BOLSONARO de iniciar o ano eleitoral de 2020 com alto status perante a sociedade.
Militares admitem que votaram em Bolsonaro, mas alguns não concordam que o governo tenha que ser feito com o auxílio de oficiais generais.
“Acreditamos em Bolsonaro, mas ele não devia ter se cercado de generais, os mesmos estrelados que adulavam Dilma e Jaques Wagner e o rechaçavam em passado recente estão agora ao seu lado, isso pode ser sua falência como presidente…“, disse um sargento nas redes sociais.